12 de Novembro a 08 de Dezembro de 2021
Vista da Exposição. Fotografia: Bruno Lopes
EXPOSIÇÃO Colectiva:
Catarina Simão, Filipe Cortez, Juliana Matsumura, Maria Máximo, Marie Antoinette, tHEODORE Theodore Ereira-Guyer, Yota Ayaan
CURADORIA:
Judith Hofer (curadora em residência)
Quando um vulcão entra em erupção, a terra treme e sua lava ardente destrói tudo no seu caminho sem remorsos. Mas ao mesmo tempo dá-se uma grande transformação - o nascimento de algo novo. As cinzas negras que caem no solo fornecerão um húmus frutífero para uma nova vida a surgir. Um novo ambiente é criado.
O nosso mundo é moldado por vários traumas. Eles moldam o nosso sistema nervoso, o nosso comportamento, as nossas sociedades. O trauma deixa impressões nas nossas mentes, marcas nos nossos corpos e definem a topografia dos planetas. E se aprendermos a observar e a ouvir conscientemente o que está ao nosso redor, o invisível pode ser revelado. Podemos encontrar vestígios de traumas passados nas faces de nossas cidades, todas as camadas de memória e história nas suas fachadas, nas belas plantas que crescem ao nosso redor, na composição do ar que respiramos e na água que bebemos.
O trauma pode ser herdado por muitas gerações, controlando o nosso comportamento sem que sejamos conscientemente disso. Existem muitos traumas coletivos, pessoais e ambientais ao longo da nossa história e há uma conspiração de silêncio em torno de muitos deles. Nestes tempos de catástrofes originadas pelo homem, precisamos de olhar para essas sombras da existência humana para que possamos finalmente aprender com elas, tomar consciência de padrões perigosos e não repetir a história.
O presente é um momento especialmente crítico e interessante na história humana e um em que podemos definir a direção que a humanidade seguirá. É um momento em que a cultura poderia experimentar uma evolução. Criar é cultura e a cultura evolui em crise. E assim, este é um momento que devemos ver como uma oportunidade para começar algo novo.
Esta exposição procura lançar luz sobre uma variedade de modos de responder ao trauma. Tenta mostrar seus aspectos contrastantes: o sofrimento, mas também a possibilidades de o enfrentar com a beleza que daí pode surgir.
Como respondemos ao trauma? Como podemos curar após uma incisão, uma dor paralisante, um sofrimento?
Tal como o Jacarandá, que floresce duas vezes por ano em Portugal - na primavera e novamente no outono, quando é primavera no seu país de origem, o Brasil - também nós podemos evoluir e criar algo bonito a partir do nosso trauma.
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